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O ambiente e a transmissão de infecções

O ambiente e a transmissão de infecções relacionadas à assistência à saúde.

Por quê a limpeza e desinfecção simultânea de superfícies utilizando desinfetantes com capacidade de limpeza?

O ambiente é apontado como importante reservatório de microrganismos nos serviços de saúde, especialmente os Multirresistentes.Diferentes espécies de microrganismos sobrevivem em superfícies inanimadas do ambiente por um tempo suficientemente longo capaz de ser potencialmente transferidos entre pacientes dentro de instituições de saúde.

A disseminação de microrganismos tem sido demonstrada através de um simples processo de limpeza incapaz de eliminar agentes contaminantes.A desinfecção e limpeza simultânea de superfícies e equipamentos utilizando desinfetantes com capacidade de limpeza tem sido rotineiramente indicada no lugar da limpeza apenas com detergentes ou produtos com apenas capacidade de limpar.4

Há evidências de transmissão de infecções por rotavírus e Candida spp. pelo meio ambiente:

Período de sobrevivência: 

– Rotavírus: maior que 12 dias,
– Candida spp.: horas
– HIV: 3 dias
– HBV: 7 dias

Staphylococcus aureus (MRSA) e Enterococos resistente à vancomicina (VRE) sobrevivem dias ou até semanas nas superfícies de ambientes de serviços de saúde.5

Para onde vão os microrganismos removidos pelo simples processo de limpeza com o uso apenas de detergentes uma vez que a limpeza apenas com detergentes não elimina microrganismos?6

Dentro das modernas práticas de Controle de Infecção processos de limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos devem ser claramente diferenciados e isto normalmente não é feito. A limpeza é um procedimento que visa unicamente a remoção de sujeira e não tem a capacidade de eliminar microrganismos. Já o processo de desinfecção tem como objetivo principal a eliminação de microrganismos capazes de sobreviverem a um simples processo de limpeza que, por não eliminar microrganismos promove muitas vezes a disseminação dos mesmos no ambiente, especialmente germes multirresistentes.7Tabela comparativa dos Detergentes X Desinfetantes

Tabela comparativa dos Detergentes X Desinfetantes

Quais os riscos no uso de desinfetantes que necessitam de limpeza prévia antes de sua aplicação (ex: hipoclorito de sódio, produtos clorados, álcoois ou outros)?

  • Remoção de elevado percentual de microrganismos no processo de limpeza (transferência da carga microbiana) antes da aplicação do desinfetante.
  • Disseminação de microrganismos (especialmente multirresistentes) para outras áreas e/ou superfícies.
  • Risco ocupacional aumentado para o funcionário.
  • Falsa sensação de descontaminação no processo e possíveis falsos resultados do percentual de eliminação de microrganismos pela remoção prévia de microrganismos.

Devemos considerar que algumas substâncias químicas direcionadas à eliminação de microrganismos não agem em presença de matéria orgânica, não removem sujeira ou são até inativadas por elas.

Detergentes contaminam-se durante o uso e podem contaminar ambientes e pacientes com bactérias. Pesquisadores demonstraram que mops (panos) e água tornam-se altamente contaminados durante a limpeza das superfícies fixas (contaminação da água e sabão na limpeza de um quarto demonstraram a presença de 34.000 UFC/ml (unidades formadoras de colônia por ml) contra apenas 20 UFC/ml no uso de desinfetantes)8.

A disseminação de microrganismos através de “mop” ou panos em processos de limpeza aplicados em superfícies próximas a pacientes não críticos podem contribuir com contaminações. Dharan e colaboradores constataram que o uso apenas de detergentes nos pisos e mobiliários em quartos de pacientes levou a uma disseminação e aumento de contaminação bacteriana no ambiente após a limpeza (aumento médio = 103.6 UFC/24cm2).9

Somando-se a esta pesquisa, Engelhart e colaboradores descreveram recentemente um surto de Pseudomonas aeruginosa em uma Unidade de Hematologia e Oncologia associada com contaminação de superfícies de equipamentos quando a limpeza foi realizada apenas com água e sabão (detergentes) ao invés de desinfetantes.

Diretrizes do CDC recomendam que, simultaneamente à limpeza, a desinfecção de equipamentos e superfícies próximos à cama do paciente (ex: criados mudos, mesas de apoio, armação de camas, carrinhos, cômodas, maçanetas de portas, torneiras, interruptores de luz) é indicada para certos patógenos, especialmente enterococcus, os quais podem sobreviver em superfícies inanimadas por períodos prolongados de tempo.10

Diretrizes da APIC (Associação dos Profissionais de Controle de Infecção) também recomendam o uso de um desinfetante hospitalar para a desinfecção de superfícies em áreas de pacientes por não se ter certeza da presença ou não de microrganismos multirresistentes veiculados na sujidade (ex: sangue, fluídos corpóreos, pó ou sujeira).11

Esta recomendação está fundamentada sob dois fatos. Primeiro, a presença de sangue visível é um pobre indicador para a presença do vírus da hepatite B (HBV)12. Segundo muitos pacientes hospitalizados estão desconhecidamente colonizados ou infectados por microrganismos multirresistentes, e estes pacientes servem como fonte de contaminação para o ambiente dentro de seus quartos. Sendo assim, os hospitais precisariam desinfetar todas as superfícies próximas a pacientes se desejam atender tais objetivos.13

MOTIVOS PARA A DESINFECÇÃO E LIMPEZA SIMULTÂNEA DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO PRODUTOS COM SUBSTÂNCIAS ATIVAS COMBINADAS A TENSOATIVOS (EX: SURFIC).

  1. Os desinfetantes são necessários para a desinfecção de superfícies onde ocorre o extravasamento de sangue e outras secreções orgânicas.
  2. Ruttala demonstrou que os desinfetantes são mais efetivos na redução da carga microbiana das superfícies do que os detergentes (99% de redução x 80% de remoção).
  3. Ayliffe demonstrou que o mop (pano) tinha 10 ufc/ml antes da limpeza, chegando a 34 mil ufc/ml ao final do procedimento, em um único quarto, quando se emprega detergente.
  4. O guia do CDC recomenda que, frente a determinados patógenos seja feita a desinfecção de equipamentos e superfícies.
  5. A aplicação de um desinfetante torna mais prática a limpeza do que o uso de um detergente. A limpeza dissemina microorganismos. (Ruttala)
  6. Superfícies em estreito contato com o paciente devem ser desinfetadas devido a possibilidade de microrganismos importantes (MRSA, VRE e Acinetobacter).

Portanto, de acordo com as modernas práticas de Limpeza e Desinfecção de superfícies direcionadas ao controle de infecções, desinfetantes com capacidade de Limpeza e Desinfecção simultânea são preferíveis ao uso de substâncias (ex: hipoclorito de sódio, produtos clorados, alcoóis e outros) que necessitam de limpeza prévia antes de sua aplicação, por evitarem disseminação de microrganismos (em especial germes multirresistentes).

Embora superfícies não críticas não estarem sendo implicadas diretamente na transmissão de doenças, estas superfícies podem contribuir potencialmente na transmissão de infecção cruzada por permitir que a microbiota transitória seja transportada pelo profissional de saúde devido ao contacto dos mesmos com superfícies contaminadas ou pelo contacto com pacientes contaminados por superfícies ou equipamentos contaminados. As superfícies de equipamentos podem tornar-se contaminadas por agentes infecciosos e podem servir como veículo em surtos de transmissão de pessoa para pessoa.

O uso de um desinfetante com capacidade de limpar e desinfetar simultaneamente superfícies contaminadas simplifica o treinamento do pessoal envolvido com a limpeza do ambiente e facilita a prática apropriada.Limpeza e Desinfecção de Superfícies

Limpeza e Desinfecção de Superfícies

O produto SURFIC, além da substância ativa de alta eficácia antimicrobiana, contém em sua composição dois tensoativos (detergentes) catiônico e não iônico que ajudam no processo de limpeza (remoção de sujeira) enquanto que seu princípio ativo atua eliminando microrganismos, inclusive germes multirresistentes e Micobactérias (microrganismos que tendem a sobreviver em superfícies por tempos maiores que 1 ano quando disseminados por meio de limpeza comum).Surfic x Detergentes + água

Surfic x Detergentes + água

No quadro acima observa-se o modo de ação e capacidade de limpeza e desinfecção simultânea do SURFIC devido à sua composição contendo substância ativa de alta eficácia antimicrobiana têm a propriedade de eliminar microrganismos mesmo em presença de sujeira (matéria orgânica). Além das propriedades antimicrobianas já comprovadas do SURFIC em Testes Oficiais ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o SURFIC apresenta também propriedades de limpeza através de seus tensoativos catiônico e não iônico) apresentando excelente capacidade de Limpeza e Desinfecção simultânea.

SURFIC, através de seus tensoativos (catiônico e não iônico) umedece, emulsifica e dispersa a sujeira (matéria orgânica e inorgânica) potencializando ainda a capacidade de eliminação de microrganismos através de seu Princípio Ativo Antimicrobiano promovendo a eliminação de microrganismos presentes nas superfícies contaminadas. Tal atividade elimina a sujeira sem o risco de disseminação de microrganismos.

Por: Eridon Araújo. Departamento Técnico – Profilática Ltda.

  1. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies – Brasília: ANVISA, 2012).
  2. (Kramer A, Schwebk I, Kampf G. How long do nosocomial pathogenes persist on inanimate surfaces? A Systematic review. BMC Infect Dis 2006; 6:130).
  3. (Bergen LK, Meyer M, Hog M, et al. Spread of bacteria on surfaces when cleaning with microfibra cloths. J Hosp Infect 2009; 71:132-137).
  4. (Exner M. Divergent opinions on surface disinfection: myths or prevention? A review of the literature. GMS Krankenhaushyg Interdizip 2007;2. Doc 19).
  5. (Boyce JM. Potter-Bynoe G. Chenevert C. King T. Environmental contamination due to methicillin-resistant Staphylococcus aureus: po­ssible infection control implications. Infect Control Hosp Epidemiol 1997:18:622-7).
  6. (Meyer B, Bansemir K,. A Method for Determining the Surface Effectiveness of Disinfectants. Hyg Med 1996; 21:94 – 100)
  7. (Gebel J, Hornei B,Vacata V, Dietlein, Exner M. New insights and assessment of the properties of surface cleaning and disinfection procedures. Higiene Medizin Infection Control and Healthcare 2004;29 (9):327-333).
  8. (Ayliffe GA, Collins BJ. Lowbury EJ. Babb JR, Lilly HA. Ward floors and other surfaces as reservoirs of hospital infection. J Hyg (Lond) 1967: 65:515-36).
  9. (Dharan S. Mourouga p. Copin P. Bessmer G. Tschanz B, Pittet D. Routine disinfection of patients’ environment surfaces. Mith or reality? Hosp Infect 1999; 42:113-7)
  10. (Garner JS. Guideline for isolation precautions in hospitais. The Hospital Infection Control Practices Advisory Committee. Infect Control Hosp Epidemiol 1996: 17:53-80).
  11. (Sehulster L Chinn RYW, Healthcare Infection Control Practices Advisory CommitteeGuidelines for environmental infection control in health-care facilities. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2003;52: 1-44).
  12. (Favero MS. Maynard JE. Petersen NJ. Boyer KM. Bcnd WW’ Berquist KR. et aIHepatitis B antigen on environmental surfaces. Lancet 1973: ii:1455).
  13. (Byers KE, Anglim AM. Anneski Cj, Germanson TP. Gold HS. Durbin LJ, et al. A hospital epidemic of vancomycin-resistant Enterococcus: risk factors and control. Infect Control Hosp Epidemiol 2001:22: 140-7).

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