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Boas práticas na desinfecção de endoscópio

Por se tratar de um material óptico, é preciso utilizar produtos específicos durante a desinfecção de endoscópio. Essa etapa é fundamental para prevenir infecções, aumentar a vida útil do instrumental e melhorar a qualidade dos diagnósticos em exames de endoscopia.

Assim como os demais instrumentais médico-odontológicos, usados em procedimentos de saúde, o endoscópio precisa ser submetido a um processo de limpeza e desinfecção. Para saber como fazer a correta limpeza e desinfecção de endoscópio, continue a leitura!

Desinfecção de endoscópio e biossegurança 

Como citado nos artigos anteriores, as boas práticas de biossegurança atuam no sentido de prevenir contaminações hospitalares e proteger a saúde e bem-estar dos profissionais e pacientes. No caso do processamento dos PPS, seguir corretamente os protocolos evita que microrganismos se desenvolvam e acabem contaminando outros pacientes. 

Segundo o manual de Recomendações para Processamento de Endoscópios, da Comissão De Controle De Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Federal De Bonsucesso, “a maioria dos microrganismos potencialmente infectantes não sobrevive ao processamento do endoscópio com limpeza mecânica, glutaraldeído a 2% e tratamento com álcool.”

Portanto, como os pacientes são potenciais fontes de infecção, o aparelho deve ser descontaminado com o máximo de precisão após cada endoscopia. Dessa forma, evita-se que um patógeno seja transmitido para outras pessoas. Entretanto, para que a desinfecção de endoscópio seja feita com sucesso, os profissionais envolvidos com essa tarefa devem seguir corretamente o passo a passo de reprocessamento. 

Passo a passo para desinfecção de endoscópio 

A desinfecção de endoscópio deve ser realizada somente por um profissional treinado, em sala destinada especialmente para essa finalidade. Recomenda-se que o processamento do endoscópio seja feito imediatamente após o uso, com total atenção ao uso de produtos químicos compatíveis com aparelhos ópticos para não danificar o instrumental. 

Após a limpeza e enxágue, deve-se realizar a desinfecção. As orientações a seguir foram extraídas do Manual de Limpeza e Desinfecção de Aparelhos Endoscópios, material da parceria entre Sociedade Brasileira de Enfermagem em Endoscopia Gastrointestinal (SOBEEG) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Para realizar esse processo, será preciso uma cuba com solução desinfetante, seringa, escova com cerdas macias e válvulas de irrigação dos diferentes canais. Além disso, os profissionais devem estar utilizando os EPI`s corretamente, que inclui luvas, máscara, óculos e avental. Para segurança na desinfecção de endoscópio, certifique-se que o detergente enzimático e a solução desinfetante possuem registro na Anvisa. 

Desinfecção:

  1. Imergir totalmente o aparelho na solução desinfetante própria para aparelhos ópticos, e introduzir a solução nos canais com auxílio de uma seringa;
  2. Cronometrar o tempo para imersão na solução, conforme as especificações do fabricante. 
  3. Após retirar o aparelho do desinfetante, lavar em água corrente abundante;
  4. Realizar o enxágue dos canais com água em abundância (mínimo de 5 vezes com o auxílio de seringa) 
  5. Secar o tubo com pano macio;
  6. Secar os canais com ar comprimido sob baixa pressão;
  7. Realizar risnagem com álcool 70% nos canais, seguida de nova secagem de lúmen com ar comprimido, ao final do período de trabalho. Este processo auxilia na secagem do canal, evitando formação de biofilme

Desinfecção dos acessórios: 

  1. Escovar o recipiente de água com detergente enzimático, injetar detergente no canal de borracha. Enxaguar com água corrente e injetar água no canal;
  2. Imergir o recipiente de água na solução desinfetante no final do turno de trabalho, conforme tempo determinado pelo fabricante. 

Não seguir corretamente o protocolo de limpeza e desinfecção de endoscópio pode ocasionar transmissão de patógenos, assim como comprometer a qualidade dos diagnósticos nos exames, devido a introdução de um material de um paciente para outro, assim como mau funcionamento dos PPS e redução da vida útil. 

Investir em um bom desinfetante é fundamental para assegurar um processo satisfatório, já que esse produto é eficaz contra a maioria dos microrganismos. O glutaraldeído é um dos desinfetantes mais usados na desinfecção de endoscópio por não danificar os aparelhos ópticos, ser acessível e muito eficaz. 

Quanto a escolha do desinfetante, deve-se observar fatores como a estabilidade da solução, número de reutilizações possíveis e se o produto possui certificação da Anvisa. Ficou com alguma dúvida? Deixe nos comentários! 

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